quarta-feira, 21 de julho de 2010

Acidente Radiológico do Césio-137 em Goiânia-Goiás

Por Rafael Oliveira Silva

No dia 13 de Setembro de 1987, na cidade de Goiânia - Goiás aconteceu um dos piores e mais conhecidos acidentes radioativos do mundo: o acidente com o Césio-137, elemento radioativo Cloreto de Césio-137 (CsCL).

Tudo ocorreu quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado na zona central de Goiânia por dois catadores de lixo, neste aparelho estava acoplada uma cápsula contendo um elemento radioativo que fora levado por estes catadores de lixo para ser vendido para um ferro velho.

Quando o dono do ferro velho abriu o aparelho ele encontrou um pó branco parecido com sal de conzinha, que no escuro brilhava numa cor azulada, ele ficou maravilhado com aquele pó e resolveu mostrar para seus amigos. Ele expôs ao ambiente 19,26g de cloreto de césio-137, pelo fato de esse sal ser higroscópico, ou seja, absorver a umidade do ar, ele facilmente adere à roupa, pele e utensílios, podendo contaminar os alimentos e o organismo internamente, o dono do ferro velho teve que passar por tratamento de descontaminação em um hospital do Rio de Janeiro e morreu sete anos depois, tão logo expostos à presença do material radioativo, as pessoas em algumas horas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarreias. Alarmados, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais.

Ocorreu uma demora na detecção do problema e somente em 29 de setembro de 1987 e que foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas, a esposa do dono do ferro velho foi a primeira a falecer, em 23 de outubro de 1987, ela e outras vitimas tiveram que ser enterradas com caixão blindado e erguido com um guindaste por causa das altas taxas de radiação.,

No total foram expostas aos efeitos do césio-137 112 800 pessoas, destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. A limpeza produziu 13,4 toneladas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1.200 caixas e 2.900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos. Após o incidente cerca de 600 pessoas morreram, e até hoje, boa parte da população ainda necessita de tratamento para manter-se estável. Assim, os rejeitos foram enterrados em uma vala de aproximadamente 30 (trinta) metros de profundidade, revestida de uma parede de aproximadamente 1 (um) metro de espessura de concreto e chumbo, e sobre a vala foi construída uma montanha artificial.

Após o acidente radioativo os imóveis da região do acidente foram desvalorizados e somente no final dos anos 90 é que a região começou a passar uma imagem menos “assustadora” e agora normalizou a situação.


Referências Bibliográficas
TEIXEIRA, Deivid Cezario. Acidente do Césio-137. Adaptado do site <http://www.infoescola.com/quimica/acidente-do-cesio-137/>Acesso em 18/07/2010.
WIKIPÉDIA. Acidente Radiológico de Goiânia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_radiol%C3%B3gico_de_Goi%C3%A2nia> Acesso em 19/07/2010 e 20/07/2010.

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